O decreto “salve delitos” introduziu uma compensação para trabalhadores precários da administração pública. Essa medida, aprovada após um processo de infração da União Europeia contra a Itália, oferece compensação econômica para aqueles que sofreram um abuso de contratos de prazo fixo.
Neste guia, veremos quem pode se beneficiar da compensação, como ela funciona e como solicitá-la
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O que é compensação para trabalhadores temporários na administração pública
A
compensação para trabalhadores temporários na administração pública é uma compensação econômica destinada a trabalhadores públicos que foram abusados por meio de contratos estendidos de prazo fixo. Esse tipo de contrato, usado de forma excessiva e repetida, pode ser considerado ilegítimo quando ultrapassa o prazo estabelecido por lei
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A medida foi introduzida pelo decreto-lei “salvar infrações” (decreto-lei de 16 de setembro de 2024, n. 131) e vem na sequência do processo de infração n. 2014/4231 iniciado pela União Europeia contra a Itália em 19 de abril de 2023. A UE contestou que a legislação italiana não protege adequadamente os trabalhadores do setor público do uso excessivo de contratos a termo
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Quem são os funcionários temporários da administração pública que podem receber compensação
A compensação é reservada para categorias específicas de trabalhadores da administração pública que trabalham em setores com alto percentual de precariedade. Entre eles:
- Professores
- Equipe da ATA
- profissionais de saúde
- trabalhadores da educação artística, musical e de dança (AFAM) e do setor de ópera
- funcionários de instituições públicas de pesquisa
- trabalhadores florestais
- Voluntários do Corpo de Bombeiros
De acordo com os sindicatos, a compensação pode envolver um amplo público de trabalhadores, especialmente no setor escolar, onde se estima que mais de 400.000 pessoas possam estar envolvidas.
Quando você tem direito a compensação
Nem todos os funcionários temporários da administração pública têm acesso a essa remuneração. A compensação é concedida somente se um juiz trabalhista constatar que houve um abuso no uso de contratos de prazo fixo
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De acordo com os regulamentos, um contrato de prazo fixo não pode exceder 36 meses, incluindo quaisquer renovações. Se essa duração for excedida, o trabalhador poderá solicitar que o contrato seja transformado em contrato por tempo indeterminado. No entanto, a compensação pode ser concedida mesmo que o relacionamento não seja convertido, mas o abuso de contratos de prazo fixo seja reconhecido
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O direito à compensação amadurece quando o trabalhador sofre um recurso excessivo a contratos de prazo determinado, sem estabilização e em violação dos princípios regulatórios.
Quanto custa a compensação
A remuneração varia de um mínimo de 4 a um máximo de 24 pagamentos mensais do último salário recebido pelo trabalhador.
O valor exato é determinado pelo juiz trabalhista, que leva em consideração vários fatores, como a duração total da relação de trabalho, o número de contratos temporários celebrados e a gravidade do abuso.
Em alguns casos, o trabalhador pode provar que sofreu um dano maior e pedir uma compensação maior, conforme exigido pelo artigo 12 do Decreto-Lei nº 131, de 16 de setembro de 2024.
Como funciona a compensação para trabalhadores temporários na administração pública
O mecanismo de compensação prevê um procedimento legal. O trabalhador precário deve ir à justiça do trabalho para que sua condição precária seja verificada. O juiz do trabalho avaliará o caso específico e, se reconhecer um abuso de contratos a prazo determinado, poderá ordenar uma indenização
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A solicitação não é automática: é o trabalhador que deve iniciar o recurso ao tribunal. Além disso, a compensação não envolve a conversão automática do contrato de prazo fixo em um contrato por tempo indeterminado
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Quando chega a compensação
A indenização é reconhecida somente após decisão favorável do juiz do trabalho. Os prazos de entrega dependem dos prazos processuais e administrativos, portanto, não há
prazo fixo para pagamento.
No entanto, a medida já está ativa: os trabalhadores podem recorrer desde já, uma vez que o Decreto-Lei nº 131, de 16 de setembro de 2024, entrou em vigor em 17 de setembro de 2024.
Como solicitar uma indenização
Para obter uma compensação, os trabalhadores devem entrar em contato com um advogado especializado em direito trabalhista ou com um sindicato. A apelação deve incluir:
- o pedido de reconhecimento do abuso de contratos a prazo determinado
É essencial apresentar toda a documentação que demonstre a condição de emprego por tempo determinado e o abuso por parte do empregador, neste caso a administração pública.
A
compensação para trabalhadores temporários na administração pública é uma importante medida de proteção para aqueles que sofreram abusos no uso de contratos a prazo determinado. No entanto, não é automático e requer um processo legal. Os trabalhadores envolvidos devem agir com a ajuda de um advogado para que seus direitos sejam reconhecidos
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Ir à Justiça do Trabalho é o primeiro passo para obter uma indenização, que pode chegar a até 24 meses de salário, dependendo da gravidade do caso.